2/10/2015 - O ESTADO

Pagando o pato

A população brasileira está cansada de pagar impostos e, como contrapartida, ter serviços públicos tão precários. Nesse sentido, foi salutar a manifestação realizada ontem, em Brasília, quando um grupo de manifestantes colocou, em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, um pato inflável amarelo de 12 metros de altura. A ação faz parte da campanha contra o aumento de impostos “Não vou pagar o pato”, promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Além do pato gigante, dezenas de réplicas menores foram atiradas no espelho d’água do Congresso.

 

Os manifestantes fizeram questão de lembrar, por exemplo, que, somente este ano, arrecadação de impostos será de R$ 2 trilhões. Em tempos de ajuste fiscal e vacas magras, a população brasileira quer que o governo corte, de fato, na própria carne, diminua o tamanho da máquina pública e, consequentemente, do custeio, aliviando um pouco a barra para os famigerados pagadores de impostos. O que a população cobra é que o governo brasileiro torne mais eficiente e transparente os gastos públicos, de maneira a deixar claro que o esforço para cortar gastos é efetivo; a pauta dos manifestantes é clara no sentido de exigir a redução de despesas, de desperdícios, de maus gastos e, principalmente, que o rombo nas contas públicas não seja coberto por meio de aumento da já escorchante carga tributária. A recriação da CPMF, nesse contexto, é absolutamente rejeitada, afinal, já pagamos quase 40% do Produto Interno Bruno em impostos para termos um retorno tão pífio.

 

Na internet, organizadores da campanha “Não vou pagar o pato” já recolheram mais de 300 mil assinaturas, e o objetivo é atingir mais de um milhão de assinaturas que serão, posteriormente, encaminhadas ao Congresso. Que os diversos setores da sociedade se unam a favor dessa campanha e em prol do um desenvolvimento econômico mais sustentável, bem como um ambiente de negócios menos carregado