Fiemt mobiliza setor contra tributos
O Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt) participa da Feira do Empreendedor 2015, que ocorre no Centro de Eventos do Pantanal, até sábado dia 26. No evento, realizado pelo Sebrae Mato Grosso, a instituição está recolhendo assinaturas contra o pacote de aumento de impostos do governo federal, encampando o manifesto ‘Não Vou Pagar o Pato’ – lançado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – e em defesa do Sistema S, com o abaixo-assinado de uma Petição Pública contra a proposta de redução de 30% do repasse a essas organizações que promovem o bem-estar social e oferecem educação profissional a milhares de brasileiros.
O manifesto começou depois do anúncio da presidente Dilma Roussef sobre o bloqueio adicional de gastos no orçamento de 2016 no valor de R$ 26 bilhões, o que culminaria em uma nova rodada de alta de tributos, com a proposta de retorno da CPMF. Além disso, o governo apresentou proposta para redução de 30% nas alíquotas do sistema S e do Sebrae e, também, oneração da tributação da contribuição previdenciária incidente sobre a folha, o que renderá mais R$ 6 bilhões aos cofres públicos em 2016. Na prática, esses recursos deixarão de ir para o Sistema S e passarão a ser direcionados à Previdência Social.
Durante a Feira do Empreendedor, o microempresário Edmilson Otake, não perdeu a oportunidade para registrar sua indignação contra o aumento de impostos e apoiar o manifesto ‘Salvem o Sistema S’. Para ele, está cada dia mais difícil trabalhar de forma honesta no Brasil. “O Sistema S é de extrema importância para nós, microempresários, por isso, assino esse manifesto em apoio a estas instituições que, se tiverem seus repasses cortados, muita gente será prejudicada. Quanto ao aumento de impostos, temos que fazer nossa parte, pois as taxas estão abusivas e prejudicando todos nós que trabalhamos diuturnamente com honestidade, para ter uma qualidade de vida melhor”.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o corte nos recursos afetará, sobretudo, a estrutura do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Social da Indústria (Sesi) nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o que comprometerá o atendimento a 1,2 milhão de alunos do ensino profissional do Senai e 1,5 milhão de trabalhadores pelo Sesi, nos programas de educação, saúde e segurança do trabalho e qualidade de vida. Estima-se que, em todo o país, mais de 300 escolas profissionais do Senai fecharão as portas. Outros 735 mil alunos vão deixar de estudar no ensino básico ou na educação de jovens e adultos oferecida pelo Sesi, que fechará cerca de 450 escolas no Brasil. As duas instituições prevêem, ainda, a demissão de cerca de 30 mil trabalhadores em todo o país.
De acordo com o vice-presidente do Sistema Fiemt, Edgar Teodoro Borges, é fundamental que os mato-grossenses participem da assinatura do manifesto, já que qualquer decisão sobre impostos afetará diretamente a sociedade brasileira. “Faremos de tudo para não permitir, em hipótese nenhuma, que seja aprovada a CPMF ou qualquer encargo, imposto ou taxa em cima da sociedade. O momento é de o governo reduzir seus desperdícios e não de aumentar impostos. Achamos que a sociedade já paga muitos impostos o que acaba com a competitividade de nossos produtos”.